Estudos mostram o que muda na gestão das classes e dos conteúdos
Com apuração de MARIANA QUEEN
Editado por ANA LIGIA SCACHETTI
O uso de computadores portáteis e laptops educacionais nas salas já é uma realidade em muitas escolas. Mas como professores e alunos estão se adaptando a essas novas ferramentas? Para tirar a dúvida, pesquisadores do Programa de Pós-Graduação em Educação: Currículo da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) desenvolveram suas dissertações de mestrado baseados na observação de vários ambientes escolares.
Eles encontraram cenas distintas. Há, por exemplo, computadores com sistemas convencionais e outros com programas específicos para o uso em sala. Mas as pesquisas também mapearam mudanças e dificuldades comuns a várias instituições. "Agora, planejar uma aula significa preparar os recursos que vão ser utilizados pelos alunos, desde sites até equipamentos que se somam aos laptops", diz Mariza Mendes, autora da dissertação Introdução do Laptop Educacional em Sala de Aula: Indícios de Mudanças na Organização e Gestão de Aula.
Mariza acompanhou a implantação do programa Um Computador por Aluno (UCA) numa escola da rede estadual de Palmas. Uma das primeiras alternações verificadas foi a maior necessidade de movimentação da garotada para a troca de informações. Além de mudanças ligadas ao uso do espaço, também foram notadas as que se referem à gestão do tempo.
Já o estudo Uso do Computador Portátil na Escola: Perspectiva de Mudança na Prática Pedagógica, realizado por Cláudia Mandaio em duas escolas públicas do interior de São Paulo, mostrou que na maioria das vezes os docentes usam os computadores para auxiliar aulas expositivas, propor exercícios, interpretar textos, usar jogos educativos e explorar imagens, sons e animações. A constatação se completou em uma pesquisa de Rubem Paulo Torri Saldanha, Indicadores de Um Currículo Flexível no Uso de Computadores Portáteis. Segundo ele, 89% dos professores de uma escola de Campinas, a 100 quilômetros de São Paulo, disponibilizam as máquinas para que os alunos realizem apresentações de trabalhos e conteúdos.
Percebe-se que em muitos casos os recursos são usados para desenvolver atividades que poderiam ser feitas sem a tecnologia. Uma das explicações para o fato é a formação. Esse foi um dos aspectos observados no trabalho O Impacto Inicial do Laptop Educacional no Olhar de Professores da Rede Pública de Ensino, realizado por Kelly da Silva. Segundo a maioria dos profissionais que ela entrevistou em São Paulo, a falta de conhecimentos gera inseguranças no manuseio dos computadores. No estudo de Claudia, os educadores também apontaram o baixo acesso a materiais de apoio. Como consequência, dependem do apoio de técnicos, sentem que falta tempo para cumprir o conteúdo e têm dificuldade para preparar as aulas. Buscar o apoio da gestão da escola é um dos caminhos indicados para vencer essas adversidades e seguir em frente com as novidades.
Revista Nova Escola
Nathalia Vianna
Um comentário:
Os alunos poderiam utilizar a internet de forma inovadora, empenhando-se em encontrar na internet informações que melhorem seus argumentos para um debate do conteúdo estudado, mas não nescessariamente substituindo o livro. O computador pode ser utilizado como ferramenta para aperfeiçoamento da ortografia, já que o mesmo faz correções automáticas.
O professor é o mediador do conteúdo e do trabalho, mas o aluno tem autonomia pra usar da forma que lhe for devida.
Danielle Honória
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